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Consumo de peixe cresce, mas perda de renda da população preocupa setor


 Ao mesmo tempo, alta da soja e do milho pressionam custos da piscicultura em meio a perspectivas de aumento da produção no próximo ano.

As mudanças de hábito de consumo dos brasileiros desde o início da pandemia de Covid-19 favoreceram a produção de peixes de cultivo em 2020, segundo balanço divulgado nesta segunda-feira (22/2) pela Associação Brasileira de Psicultura (PeixeBR). Foram 802,9 mil toneladas de pescados, 5,93% a mais do que em 2019. A tilápia liderou a produção nacional: 486,2 mil toneladas, crescimento de 12,5% na mesma comparação.


“A tilápia foi realmente a espécie de peixe que mais cresceu e isso nos surpreendeu de forma positiva, haja vista que no último semestre de 2020 houve uma procura muito grande pelo produto e tínhamos a preocupação se essa procura era decorrente da falta de produto alojado anteriormente ou aumento do consumo - e identificamos que o aconteceu foi aumento do consumo”, explicou o presidente da PeixeBR, Francisco Medeiros.

Otimista, Medeiros prevê que o crescimento na produção deva se repetir este ano, considerando os números de comercialização de alevinos e ração. O cenário econômico, contudo, preocupa. Com aumento de custos com alimentação animal e a perda de renda da população, ele ressalta que o setor não tem espaço para repassar a alta para o consumidor e terá que aumentar o controle e a gestão financeira da sua atividade se quiser obter lucro.


“O produtor vai ter que equalizar o seu custo de produção ao preço do produto final. A gente não pode subir indefinidamente o preço porque o consumidor não está tendo ganho neste período. Pelo contrário, a maioria está tendo redução do poder de compra”, reconhece o executivo.

Segundo levantamento do Cepea, a alta acumulada da soja em doze meses soma 84,6% enquanto a valorização do milho passa de 62% no mesmo período. “O desafio é econômico. Se manter na atividade, ganhando dinheiro, com o cenário que nós temos aqui”, completa o executivo.


Exportações

Medeiros lembra que em 2020 a venda em redes de atacarejo foi a principal estratégia para fazer o pescado ganhar espaço nos lares brasileiros, o que gerou reflexo até mesmo nas exportações. Depois de um crescimento de 26% em 2019, as vendas internacionais desaceleraram e avançaram 9% no último ano, com 6,7 mil toneladas.


“O incremento da demanda pela tilápia fez com que as empresas mudassem um pouco a política e colocasse mais no mercado interno, haja vista que houve uma melhoria significativa no preço do filé da tilápia junto aos principais compradores”, destacou.

Com parte dos entraves logísticos do início de 2020, como cancelamento de voos e falta de contêineres, já resolvidos, as expectativas são de que as vendas internacionais voltem a ganhar fôlego este ano, sobretudo a partir do terceiro trimestre. No mercado interno, por outro lado, as perspectivas são de margens apertadas. Segundo o diretor da Secretaria de Aquicultura e Pesca do Ministério da Agricultura (SAP), Maurício Pessoa, “não há nenhuma esperança” de que os preços do milho e da soja cedam este ano.


“Cada vez mais a China vai demandar mais esses insumos e nós não temos uma capacidade de produção tão veloz quanto a demanda que a China está impondo. Então, infelizmente, para os insumos, a perspectiva é de aumento de preços”, destacou o diretor da SAP.

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