Saúde do homem: cinco motivos pelos quais se deve buscar um urologista
Levantamento realizado pela
Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), com dados do Ministério da Saúde,
aponta que as mulheres cuidam mais da saúde do que os homens.
Consultas médicas de rotina
permitem o acompanhamento integral da saúde, reduzindo os riscos de doenças e
permitindo a identificação precoce de problemas como câncer, hipertensão e
colesterol alto.
Neste mês, a campanha Novembro
Azul promove a conscientização sobre a saúde masculina e incentiva a procura
por atendimento médico de maneira preventiva.
O acompanhamento médico contribui
para evitar complicações como retenção urinária, que é a incapacidade de
urinar, cálculos na bexiga, infecção urinária e insuficiência renal.
De acordo com os especialistas,
cinco sinais indicam a necessidade de procura por atendimento especializado.
Dores: dor lombar podem ser sinal
de problemas nos rins e nos testículos pode ser indícios de inflamações ou
tumor
Evidências de problemas no
sistema reprodutor masculino: impotência, ejaculação precoce, desconforto
durante a relação, sangue no esperma ou ausência de orgasmo
Infecções sexualmente
transmissíveis: sintomas como coceira, vermelhidão, dor, bolhas, feridas,
ardência ao urinar, corrimento e verrugas penianas podem ser sinal de ISTs
Sintomas no trato urinário: desconforto
ao urinar, gotejamento, presença de sangue na urina, aumento ou diminuição na
frequência urinária
Avançar da idade: homens acima de
50 anos devem realizar o exame de próstata e o PSA (antígeno prostático
específico).
Homens apresentam resistência em
ir ao médico
O médico urologista atende homens
e mulheres, mas para a saúde masculina seu papel se torna essencial. A partir
de consultas regulares, é possível prevenir e tratar de maneira oportuna
doenças do sistema reprodutor e do trato urinário, como cânceres de rim, pênis
e próstata, infecções urinárias e sexualmente transmissíveis, fimose, disfunção
erétil e ejaculação precoce.
Ao contrário de problemas de
saúde como o cálculo renal, por exemplo, que causa muita dor, outras doenças
podem se desenvolver de maneira silenciosa ao longo dos anos, sem apresentar
qualquer tipo de sintoma, tornando o diagnóstico precoce mais difícil.
“Em nossa cultura, a menina é
orientada a se consultar com o ginecologista desde muito nova, porém com os
meninos isso não acontece. Desde o nascimento, infância e principalmente
adolescência, essas consultas deveriam fazer parte de uma rotina de saúde.
Alterações hormonais, do desenvolvimento do crescimento e da genitália, bem
como outros problemas urológicos poderiam e deveriam ser resolvidos nessa faixa
etária e a não detecção e tratamento adequado pode impactar negativamente na
sua vida adulta”, afirma o chefe do Serviço de Urologia do Hospital Federal da
Lagoa, no Rio de Janeiro, José Anacleto.
Um levantamento recente realizado
pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) com dados do Sistema de Informação
Ambulatorial do Ministério da Saúde apontou que as mulheres cuidam mais da
saúde do que os homens.
Os números indicam que, em 2022,
foram registrados mais de 1,2 milhão de atendimentos femininos por médicos
ginecologistas no Sistema Único de Saúde (SUS), seis vezes mais do que os 200
mil atendimentos de homens pelo urologista.
“A presença do urologista no
cuidado da saúde masculina é necessária durante toda a vida, mas ganha mais
importância a partir dos 40 anos, por conta da incidência do câncer de
próstata, que aumenta com a idade. No entanto, a resistência a essa rotina de
cuidados ainda é grande, principalmente pelos mitos envolvendo o exame clínico
de toque retal, algo rápido e indolor que pode salvar vidas e é o primeiro
passo no diagnóstico do câncer de próstata”, diz o urologista Alexandre Crippa,
médico da Urobrasil, empresa do Grupo H+Brasil.
Doença silenciosa
O câncer de próstata é um tumor
maligno que atinge a glândula do sistema reprodutor masculino, localizada sobre
o reto e embaixo da bexiga urinária. Há diversas fases, ou estadiamento, e o
seu tratamento e evolução irão depender das características especificas do
tumor.
“Ingerir mais gordura animal pode
aumentar o risco de câncer da próstata, mas isso ainda está sendo pesquisado.
De qualquer modo, hábitos saudáveis de alimentação e exercício físico sempre
são uma forma de prevenção de doenças”, afirma Crippa. “Além da cirurgia,
radioterapia tratamento conservador, existem outras alternativas de tratamento
para o câncer da próstata localizado. A descoberta de novas medicações está
cada vez avançada, assim como os procedimentos cirúrgicos. O mais importante é
o diagnóstico precoce”, completa.
A consulta ao urologista permite
o diagnóstico da hiperplasia prostática benigna (HPB), que consiste no aumento
da próstata que não está associado ao câncer. Com o avançar da idade é normal
que a próstata aumente de tamanho, porém nem todos os indivíduos terão sintomas
urinários. De acordo com o Portal da Urologia, da SBU, cerca de 50% dos homens
acima de 50 anos terão HPB. Aos 90 anos, 80% dos pacientes serão afetados por
essa condição.
“Existe fator genético associado.
Além disso, a síndrome metabólica que envolve obesidade, alterações de
colesterol e resistência à insulina também favorecem o desenvolvimento da
condição”, explica o urologista Alexandre Crippa.
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